terça-feira, 27 de setembro de 2011

Terça-feira gorda

Em um dia de tantos assuntos, não poderia ficar apenas comentando o jogo da Lusa. Teve a lei da mordaça, implantada pelo Felipão, no Palmeiras, a suíte do pedido de dispensa do Mário Fernandes do time caseiro da CBF, a rodada da Champions, com direito à ressurreição do Kaká, a vitória do Benfica e a esperadíssima falta de profissionalismo de Tevez, no City.


Começando pelo Palmeiras, onde todo mundo grita e ninguém tem razão, não por falta de pão, mas de controle, Luís Felipe Scolari baixou determinação proibindo declarações dos jogadores à imprensa. A desculpa, esfarrapadíssima, por sinal, é que assim evita-se declarações polêmicas de alguém do grupo antes do jogo contra o lanterna América Mineiro.


O estopim foram as declarações do atacante Kléber, que reclamou de o time só fazer golos de bola parada. Falando em golos, o Gladiador não os marca há 100 dias. Muita resenha, pouca bola e nenhum respeito pelos companheiros. Felipão, perdido, não percebe que não será amordaçando o elenco que resolverá o problema. O buraco é muito mais embaixo: está na politicagem do clube, onde todo mundo manda, ninguém obedece e é o próprio Palmeiras quem perde com isso.


No Grêmio, Mário Fernandes voltou aos treinos um dia após dar uma bica na seleção caseira da CBF. Tudo o que tinha que ser dito a respeito o foi ontem. A vida segue, o lateral gremista terá outras chances com a camisa amarela e a seleção continuará agonizando na banalização promovida pela própria CBF, que conseguiu a proeza de transformar um Brasil x Argentina em um Araçatuba x Paysandu, só para manter as cores dos fardamentos.


Indo para o Velho Continente, rodada nobre pela Liga dos Campeões, com destaque para a vitória do meu Benfica (apenas porque é meu time), contra o romeno Otelul Galati, a ressurreição do futebol de Kaká na vitória madridista diante do Ajax, em dia de show do trio Ronaldo-Kaká-Benzema, e de mais uma molecagem do argentino Carlitos Tevez, que se recusou a entrar em campo na derrota do nanico endinheirado Manchester City para o enorme e fortíssimo Bayern de Munique.


A atuação do meia merengue é um alento para a Seleção, pois não há um meia sequer capaz de segurar o rojão. Kaká pode ser esse homem. Ganso é uma incógnita e Ronaldinho Gaúcho liderando o Brasil é uma piada de gosto extremamente duvidoso.


Em Munique, Tevez fez o que sempre fez: deu uma banana para o contrato que assinou e forçou, mais uma vez, a saída de mais um clube, como já fez no Boca, no Corínthians e no Manchester United. O clima é insustentável e o treinador Roberto Mancini disse que, com ele, Carlitos não joga mais. Agora ou o City o vende por um preço bem baixo ou vai ficar rasgando dinheiro com um ótimo jogador (e péssimo profissional) mofando, encostado.


Para fechar o dia, nada melhor que mais um espetáculo da Lusa. De manto novo e futebol à moda antiga, atropelou o Goiás no Canindé e abriu seis pontos do Náutico, segundo colocado. Rogério, Henrique e Marcelo Cordeiro marcaram, numa noite em que o maestro Marco Antonio desfalcou a equipa e Edno perdeu um comboio de golos, mas participou de dois dos que foram anotados. Mais Barcelusa do que nunca, o grená da camisa nova combina perfeitamente com o azul do céu que cobre as águas calmas que a nau lusitana navega em busca do porto seguro da primeira divisão.

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