segunda-feira, 22 de agosto de 2016

O ídolo de papel

Minha boa vontade com o Neymar durou dois dias, se muito. 

O verdadeiro Neymar não é o que jogou para o time, o que chorou após o pênalti convertido. É o que vomitou um monte de bobagens ainda no gramado, o que não admite ser cobrado, ser contrariado. É o que abriu mão da tarja de capitão no time principal, como se ela fosse sua propriedade e ele tivesse tal poder.

Não era pressão. Era raiva.

Neymar não dá um passo sequer sem que seja meticulosamente planejado. É um craque? Sim, mas não está nem entre os 100 maiores jogadores da história do futebol brasileiro, para não dizer do mundial. Suas conquistas são suas, individuais. Para o Brasil não dizem nada.


No contexto de um futebol que já havia ganho quase tudo antes mesmo de ele nascer, Neymar é um nada. Um nada milionário e cheio de fama, é verdade, mas é um traço. É um cara que não tem a dimensão da idolatria que infelizmente provoca, pois é um espelho para muitos jovens. É um ídolo de papel.

Vamos ter que engolir o quê? Por quê? Só porque ganhou um campeonato sub-23 jogando contra ninguém?



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