Obviamente, frustra não ter dominado o jogo mesmo vendo o adversário reduzido a 10 homens logo no décimo minuto, mas, convenhamos, levando em conta o que aconteceu nos jogos com o São Caetano e o Juventus, a Lusa somou um ponto em vez de ter perdido dois.
Ainda mais tendo levado três bolas na trave, mas a sorte é parte do pacote e ninguém pode desprezá-la. Sérgio Soares tinha duas opções: carregar e tentar matar o jogo, sob pena de desgastar ainda mais um elenco já reduzido e castigado pelo forte início de temporada em que se joga duas vezes por semana, ou administrar uma vantagem mínima tendo a favor uma liderança relativamente tranquila na tabela e o objetivo de chegar ao fim da primeira fase na melhor colocação possível.
Sob este segundo aspecto, pontuar passou a ser mais importante que arriscar ainda mais a saúde do elenco por dois pontos que, teoricamente, não são fundamentais na disputa por uma vaga. Aí o resultado, reforço, pode ser visto sob duas óticas diferentes, mas que nenhuma pode ser tratada como uma verdade absoluta e, consequentemente, transformando a outra em absurdo: i) não é admissível sofrer um gol no fim tendo superioridade numérica; e ii) dentro das circunstâncias do certame, somar pontos com o time remendado, fora de casa e contra o segundo colocado não pode jamais ser considerado um mau negócio.
O que não significa, porém, que Sérgio Soares esteja imune a críticas. Parte do trabalho do treinador é gerir o elenco para ter, à disposição, condições para armar o melhor time possível, e o controle emocional é um dos pontos sob a alçada do treinador. Com isso, este colunista não está dizendo de forma alguma que a Portuguesa é um time destemperado, mas jogos como o que precisou puxar forças sabe-se lá de onde para segurar o placar com dois a menos podem causar um desgaste que, lá na frente, pode cobrar o preço.
E, sabemos, não costuma ser barato.
Texto originalmente publicado no NETLUSA
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