Foto: Dorival Rosa/Portuguesa |
Melhor ataque, melhor defesa, líder com a diferença para o segundo aumentada na última rodada e único invicto. Como se não bastasse, após quase dois terços da primeira fase, a Portuguesa atingiu a pontuação do último classificado no ano passado e falta somente um ponto para chegar ao mínimo histórico para se classificar desde que o atual formato de disputa foi adotado.
Mesmo o empate com o XV de Piracicaba por 0 a 0 não é razão para deixar o torcedor preocupado, já que a Lusa apresentou o suficiente para merecer vencer o jogo e só não o fez porque o goleiro Paulo Vitor – e a trave – impediram que o placar fosse alterado. É verdade que, da mesma forma que o Linense carimbou os postes lusitanos no fim de semana e não venceu, a Lusa até pode dar-se por satisfeita pelo ponto somado, já que Thomazella – e a trave – também interveio quando foi acionado.
Ainda assim, é preciso ligar o sinal de alerta. Se por um lado, o técnico Sérgio Soares contou com retornos importantes e isso fez com que o nível do futebol apresentado siga sendo alto, por outro, a Lusa voltou a cometer erros que quem está com uma chuteira e meia na próxima fase não pode.
No segundo tempo, o XV de Piracicaba abdicou do jogo para especular, à espera de uma falha que poderia acontecer conforme o tempo fosse passando. É óbvio que erros técnicos podem acontecer com qualquer jogador e a qualquer momento, mas não é este o tipo de deslize que o Nhô Quim esperou: foram erros coletivos, de posicionamento, normalmente cometidos por quem se atira ao ataque e se desorganiza atrás. O zagueiro Luizão Barba dando combate na lateral é um sinal claro de que, perto do fim do jogo, a Lusa se desarticulou.
A classificação é uma questão de tempo, mera formalidade, e a Lusa, mesmo em partidas não tão boas, mostrou que tem cacife para bater qualquer adversário, em qualquer local, só que, como consequência, passa a ser o time mais visado, contra quem os adversários costumam – e irão, a não ser que sejam um bando de tontos – se fechar. Em momentos assim, ter tranquilidade vale tanto quanto ter jogadores como Daniel Costa, Marzagão, Caio Mancha, Luis Ricardo e Thomazella.
Claro que ter marcado um gol poderia mudar o panorama da partida e criar os espaços que a Lusa procurou – e até encontrou, mas sem conseguir transformar a superioridade em campo em vantagem no placar -, mas esta é uma condição que faz parte do jogo e é preciso ter os nervos no lugar e paciência para confiar no modelo de jogo, que tem funcionado, em vez de agir como se precisasse desesperadamente da vitória.
Sendo otimista, é bom que estes erros apareçam agora, com tempo de correção. Sendo pessimista, dá a deixa para os adversários tirarem proveito lá na frente. E, lá na frente, isso pode ser fatal.
Texto originalmente publicado no NETLUSA
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