Às armas, Portugal! Portugal está apurado à fase final da Eurocopa. A decisão foi nesta terça, 15, no estádio da Luz, diante de 60 mil patrícios. E com uma atuação para espantar qualquer dúvida quanto ao poderio da Selecção das Quinas: um inapelável 6 a 2 contra a perigosa seleção da Bósnia, com Cristiano Ronaldo e Helder Postiga a bisar e Nani e Miguel Veloso completando o escore.
Como era de se esperar, o jogo não foi dos mais tranquilos. Só ficou ao gosto português quando a Bósnia ficou reduzida a 10 homens, instantes após Ronaldo apontar, em grande estilo, o terceiro golo português. Ainda assim, a Bósnia voltou a discutir o apuramento quando diminuiu para 3 a 2. A partir daí a então perdulária equipa de Paulo Bento cilindrou o adversário, com três golos.
Agora que o purgatório da repescagem está superado, cabem algumas considerações: Portugal precisa de um guardarredes mais confiável que Rui Patrício, Ricardo Carvalho tem que voltar o quanto antes e Cristiano Ronaldo tem, sim, condições de ser o ponto de desequilíbrio da equipa, que marca presença pela sétima vez consecutiva na fase final dos grandes torneios que disputa: Copa do Mundo e Eurocopa.
A baliza lusa passa por uma situação curiosa. Eduardo, que
deveria ser o dono da posição, é apenas suplente do brasileiro Artur no
Benfica. Assim está em desvantagem na disputa com o leonino Rui Patrício.
Acontece que o guardarredes do Sporting não tem tido atuações seguras, o que
pode por a termo as chances lusitanas. Uma solução passaria pela volta do
bracarense Quim à equipa, mas este não goza da confiança dos portugueses.
Outro ponto fraco de Portugal é a defesa, fragilizada após o afastamento do titular
indiscutível Ricardo Carvalho, que foi suspenso por um ano pela Federação
Portuguesa de Futebol. Cabe aí uma reaproximação, promovida pelo capitão
Cristiano Ronaldo, colega de Carvalho no Real Madrid, ou mesmo por José
Morinho, que tem prestígio junto à FPF.
No mais, Paulo Bento parece não ter problemas. Tem dois
laterais de qualidade para a direita (Silvio ou João Pereira), quem têm a
oferecer mais que os antigos internacionais Paulo Ferreira e Bosingwa; o melhor
defesa-esquerdo do mundo, Fábio Coentrão, três trincos de muita qualidade, que
são Miguel Veloso, Raul Meireles e Thiago, além de João Moutinho, Nani, Carlos
Martins e Danny, que são excelentes ganchos a serviço da Equipa Nacional.
Hélder Postiga mostrou-se decisivo, mais que Hugo Almeida, e até Nuno Gomes
ainda pode sê-lo.
Sobre Cristiano Ronaldo, este está jogando como nunca, seja
com a camisola merengue ou com a encarnada. Faz golos de todos os tipos, serve
os companheiros e criou, graças a seus últimos treinadores, um senso de grupo
que não tinha. Finalmente está pronto para ser o condutor, no relvado, da nau
lusitana.
Às armas e às glórias, Portugal.
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