Por Eduardo Luis Viveiros de Freitas**
Nenhum país sério para porque políticos são investigados.
Espanha, Itália, Grécia, Alemanha da reunificação, Portugal mesmo com a crise
econômica. Seja corrupção ou crise política, a vida continua. Nem o Brasil está
parado.
Há filas de espera para comprar a nova caminhonete da Fiat, restaurantes cheios etc. O povão, sim, começa a sentir pesado a parada em
negócios para os rentistas se refestelarem na taxa de juros assassina de
empregos.
Mas o combate não é à corrupção. Isso já é feito no cotidiano:
foram mais de 1.200 operações policiais da Polícia Federal e 15.000 prisões,
investigados etc (entre funcionários públicos, corruptos e corruptores) nos
anos Lula e Dilma, contra 58 nos anos FHC.
O problema não é a corrupção, que é estrutural no mundo em
que vivemos; é político. Os que perderam as eleições (e que são
sistematicamente poupados na Lava-Jato - é só ver a "origem" política
de quem investiga e julga) sabem que se Lula não for derrubado ele vence as
eleições de 2018.
Vão abater o político mais carismático da história
contemporânea brasileira. Foi assim com Getúlio, Juscelino, Jango e agora com
Lula. Não se iludam mais uma vez. Todos esses políticos foram acusados de
envolvimento com a corrupção, mas a história mostrou que nenhum deles era corrupto,
pelo contrário, foram e serão considerados líderes e defensores do interesse
nacional.
Ah, a corrupção, essa "fada madrinha" do moralismo
barato. Olhem para trás e vejam o que se está armando pela frente. O Brasil não
vai ser "passado a limpo". Depois da demolição (física inclusive) de
Lula e do impedimento de Dilma, todo esse circo de horrores político-midiático-jurídico
sai de cena, investigações vão parar ou sumir da imprensa. O "sigilo"
vai cobrir com seu manto o "sol" e a justiça continuará cega de um
olho só, o direito.
**Eduardo Luis Viveiros de Freitas é graduado em Ciências
Sociais pela USP, mestre e doutor pela PUC, cumpriu estágio de doutorado na
Espanha, na Universidad Rei Juan Carlos, pesquisador no Núcleo de Estudos de Arte e Mídia da PUC e professor na Universidade Estácio Uniradial e, ufa,
palestrino de quatro costados!
*Este texto foi escrito originalmente na página do Facebook do professor Viveiros.
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