quarta-feira, 30 de março de 2016

Pífio

Um jogo horrível. Horrendo. Medonho. Tenebroso. Patético. Pífio. Bisonho. O Brasil fez contra o Paraguai, seguramente, umas das suas piores partidas desde que Charles Miller achou que o football rolaria por aqui. Dunga escalou mal, mexeu mal e teve sorte, muita sorte.

Sem David Luiz (com a graça de Deus) e Neymar, Gil entrou na zaga e Ricardo Oliveira, um atacante fixo que quase ninguém mais usa, ao menos entre os principais times do mundo, rendeu o empoladinho craque do Barcelona, que, pelo que não vem jogando e pelo que representa, fez tanta falta quanto ar-condicionado em bicicleta.

O Brasil foi, setor por setor, um goleiro que fez três ou quatro defesas gigantes, dois zagueiros estabanados, dois laterais defensivamente nulos (o que não é novidade), dois volantes incrivelmente burros, dois meias tentando fazer algo, mas que não sabiam se afunilavam ou se abriam e eram incapazes de municiar um atacante isolado. 

Sim, os dois meias tinham que se virar sozinhos porque os volantes foram tímidos demais e os laterais mal se atreviam a descer. Os volantes não marcavam, não armavam, não cobriam, falhavam lance atrás de lance, o mesmo que os dois laterais, que, exceto pelo gol salvador nos estertores, não fizeram nada digno de nota, a não ser cada um falhar em um dos gols paraguaios.

O Paraguai engoliu o Brasil durante 75 dos pouco mais de 90 minutos de jogo. Só parou quando o fôlego acabou. Ainda assim, os dois gols brasileiros aconteceram em lances fortuitos. O bondoso Villar deu o primeiro gol após rebater um bom chute de Hulk, que entrou na posição errada, mas criou algum perigo após esta correção.

As alterações feitas por Dunga não surtiriam efeito prático algum, exceto pela possibilidade de bater de fora, caso Ramon Diaz não tivesse colocado até o General Solano López dentro da sua área e puxado todo o time de amarelo contra si. No último lance, quase Villar deu de presente uma vitória que não serviria sequer para mascarar a trágica exibição brasileira.  

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