quarta-feira, 6 de julho de 2016

Precisamos falar sobre o Denis

Por Leandro Marçal*
HERANÇA MALDITA? Denis é questionado após sucessivas
 falhas no gol tricolor (Juan Mabromata/Getty Images)
“O que foi dessa vez?”, era a frase que minha mãe sempre dizia quando chegava em casa com algum convocação de professora ou diretora para ir à escola. Eu, claro, abusava de argumentos absurdos para tentar convencê-la e a meu pai de que eu era um injustiçado. Nesse caso, as boas notas me salvaram.

Mas o que vai salvar Denis da próxima vez que o torcedor são paulino fizer a mesma pergunta acima após uma provocação dos rivais? O peso de substituir um dos maiores nomes da história do São Paulo já deixou de ser um argumento razoável há tempos e já não justifica mais nada.

Cada bola aérea é um semi-infarto. Cada chute a gol me traz mais medo do que o elevador do Hopi Hari. E as rebatidas? São como um cão pitbull desconhecido vindo em minha direção numa rua qualquer.


Desconfio de qual seria a reação de Jó se um último teste divino fosse ter o guarda-metas tricolor em algum amistoso em seu time no antigo testamento. A cada jogo, Denis fica tão indefensável quanto esse trocadilho com um goleiro.

Sua reação no gol é como a de quem acabou de tirar sua carteira de habilitação e se assusta quando um ônibus buzina. É o medo da morte. É a espera pela tragédia anunciada.

Com uma semifinal de Libertadores e todo um Campeonato Brasileiro pela frente, o medo aumenta exponencialmente.

Esperamos que o sermão dos pais e da diretoria sejam suficientes para que ele pare de aprontar e que toda a classe não seja reprovada na disciplina Tetracampeonato da libertadores da América.

*Leandro Marçal é um jornalista de 24 anos, torce pelo Tricolor Paulista
 e por um mundo menos hipócrita e com mais bom humor.
E, apesar do nome de sambista, é incapaz de tocar um reco-reco.
Ainda assim, é o Rei da Noite de São Vicente.

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