Deixe o feijão de molho na véspera. Cozinhe, escorra e reserve. Raspe bem a dobradinha, esfregando com sal grosso e com sumo de limão para tirar o cheiro. Lave bem em água corrente até esbranquiçar o bucho. Leve à panela, cozinhe até ferver por cinco minutos, escorra e lave novamente à água corrente;
Esqueça a bola, assim como seu adversário, e jogue às pancadas até ficar com um jogador a menos ainda na primeira parte para dar emoção. Busque cavar faltas ao pé da área contrária e levante a bola para o Mbemba. Quando não for nele, o Vlachodimos vai colaborar.
Acrescente sal, uma cebola, uma cenoura e o cheiro verde; pique o toucinho, a outra cebola, o alho, os adversários vestindo algo que parece ser vermelho e refogue; junte o ramo de cheiros e o vinho branco e cozinhe até reduzir pela metade; coloque o refogado na panela, misture o tomate, a farinha e parte (quanto baste) do caldo de carne, o chouriço, o presunto, as cenouras cortadas em pedaços pequenos, o Vieira, o Rui Costa, o Veríssimo, o Seferovic, o Nuno Tavares, o Weigl, os zagueiros do Benfica, o Chiquinho, o Pizzi e o Cervi, até ferver por mais cinco minutos. Se preciso, o Pepe fará o picado; faça um pênalti besta a cinco minutos do fim para dar emoção.
Adicione o feijão e a dobrada em pedaço, fervendo por pelo menos 30 minutos. Se preciso, coloque mais caldo. Ao fim, deite o vinho do Porto e trave os cinco minutos de acréscimos o quanto baste, cavando faltas, de preferência. O adversário tende a ser mansinho e irá colaborar, apesar de assustar com uma bola no poste no fim.
Sirva com o Weigl e o Gabriel, se aproveite da demora do Veríssimo para mandar a campo o Taarabt, por tirar o Pizzi quando era preciso qualidade para chegar à baliza e por manter o Nuno Tavares em campo sem acertar um mísero cruzamento.
Coma à vontade e erga a taça.
Vlachodimos: Odisseas, meu filho, tinhas sete companheiros na pequena área no primeiro gol. Pra que raios fizeste aquilo? A não ser que não os tenha reconhecido pela inexplicável cor de creme de papaia das camisolas novas, não há explicação;
André Almeida: a vida é de altos e baixos, Almeidinhos, exceto por 2020, que é de baixos e mais baixos ainda;
Ruben Dias: tudo bem, Ruben. Uma atuação destas faz que interessados se afugentem e é bom que fiques mais, mas justo numa final?
Jardel: merecias uma despedida melhor. Não que com isso eu diga que espero que fiques um pouco mais;
Nuno Tavares: diga ao mister Jorge Jesus que não eras tu, e sim um primo parecido, que jogou a final. Bom, podes alegar que ele esteve em seu lugar outras 14 vezes, pelo menos;
Gabriel: quando pensamos que o pior já passou, vem a Adidas e apresenta um equipamento feio daqueles, tão ruim quanto o futebol apresentado também pelo Gabriel. Não sei o que dizer;
Weigl: ainda não entendi que raio o alemão fazia em campo. Isso no sábado e em quase todas as partidas em que ele jogou (Carlos Vinicius: podias chutar o pênalti pra fora. Assim, não darias esperanças nos 10 minutos finais);
Pizzi: acabou 2019/2020, Luis Miguel. É a única boa notícia de sábado (Jota: 20 minutos em campo, o suficiente para jogar mais que todo o restante do time. Desculpa, João Filipe. Merecias mais de toda a gente benfiquista);
Chiquinho: após a 13ª tentativa frustrada de cruzamento do Nuno Tavares, levantei-me e fui levar o cachorro para dar uma volta. Podias ter feito o mesmo, tu e os outros 10 que estavam em campo (Taarabt: pensei em algo menos azedo para escrever aqui, mas nada vem à mente. É um vazio tão grande quanto as ideias do mister Veríssimo);
Cervi: sim, eu sei, jogar num time desorganizado não é fácil, e tens outros 150 jogos melhores que o de sábado, MAS ERA UMA FINAL, Ó, CARAÇAS! Podias ao menos fazer cara de inconformismo (Rafa: "Eu entro no lugar do Nuno, mister?" é a única pergunta que poderia ser feita quando o Rafa soube que iria ao relvado já após o intervalo);
Seferovic: já vi jogos ruins que fizeste, Haris, mas este... (Dyego Sousa: conseguiu a proeza de ser pior que o Seferovic. Para ser honesto, poucos renderiam num time tão desarticulado);
Nelson Veríssimo: caro Nelson, tem tanta coisa que não entendo para apontar que precisaria de outra crônica destas.
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