quarta-feira, 25 de novembro de 2020

MARADONA - ¡Hasta siempre, Diego!


O deus do povo se foi. O anti-herói, o humano que subiu ao olimpo e desceu ao inferno sem perder a condição de semideus. O periférico que peitou poderosos e se colocou ao lado do povo. O ídolo que fez o Sul da Itália, tão desprezado, vítima de preconceito do Norte, mais rico, torcer contra a própria Squadra Azzurra na casa do Napoli, a quem fez gigante. 

¿De que planeta viniste?, perguntou o uruguaio Victor Hugo Morales na histórica  narração do maior gol de todos os gols, de todos os tempos, aquele contra a Inglaterra na Copa de 1986. Não o de mão, mas o que enfileirou tantos ingleses que não caberiam em uma mão, nos 11 ou 12 toques dados com o pé esquerdo. Sempre o esquerdo. Sempre à esquerda.


Não importa mais saber de onde Diego veio. A nós, que amamos o futebol, basta saber que o planeta onde ele foi parar é um lugar mais bonito. O homem se foi, mas a obra do gênio que pintou com os pés alguns dos quadros mais lindos da história permanecerá. Maradona transcendeu o campo e não precisou morrer para que virasse lenda, virar deus, antes mesmo de virar história.  


Com todos os seus pecados - e talvez por isso - e fantasmas pessoais, Maradona está em um lugar onde ninguém jamais chegará. Nem Pelé, o maior jogador de todos os tempos, foi tão genial e necessário fora de campo. Maradona é o deus futebolístico que o povo precisa e sua imperfeição fez dele o maior de todos para os seus. 


¡Hasta siempre, Diego! 

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