quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Portugal x Andorra - o absurdo jogo na Luz


As autoridades que mandam no futebol, seja onde for, dão toda mostra de que vivem num mundo paralelo. No meio de uma pandemia, que já matou mais de 1 milhão de pessoas, e que se encontra numa curva ascendente na segunda onda - e sem vacina aprovada -, não só mantiveram as fórmulas de disputa dos campeonatos nacionais, como não aliviaram o calendário suspendendo competições menos importantes. Em nível nacional, por exemplo, as Copas da Liga que muitos países têm. 

Falando em seleções, se já era discutível a disputa da Liga das Nações, os amistosos para completar as Datas FIFA não encontram uma única explicação convincente para serem mantidos, ainda mais antecedendo as rodadas que decidirão classificados e rebaixados.

A Portugal, por exemplo, coube o selecionado - ou qualquer coisa parecida - de Andorra, cuja maioria dos jogadores não tem atuado porque o campeonato local está parado (volta no próximo dia 22, se não houver mudanças), e mandará a campo um time inteiramente reserva. Fernando Santos, que disse que preferia reservar os dias de preparação para descansar seus pupilos, escolheu para começar o jogo um onze com Anthony Lopes; Nélson Semedo, Domingos Duarte, Rúben Semedo e Mário Rui; João Moutinho, Renato Sanches, Sérgio Oliveira e Francisco Trincão; Pedro Neto e Paulinho. O único a espreitar a titularidade com os gauleses é Nélson Semedo, o que diz que não servirá para nada, além de atrapalhar a preparação para o jogo com a França, no sábado, no mesmo Estádio da Luz, e que só não define a sorte de ambos se terminar empatado sem golos.

Jogadores são submetidos a viagens desnecessárias; jogos igualmente sem motivo, a não ser render uns trocados para os organizadores, são mantidos e, se os gajos se machucarem, paciência. Vozes sonantes, como as dos alemães Neuer e Kroos, se insurgiram. Mas ainda é pouco.

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