A Portuguesa, enfim, escapou da degola no Campeonato Brasileiro. A agonia durou até a última rodada, até os últimos instantes, até os últimos apitos e suspiros. O Canindé, que recebeu um público aquém da importância da partida foi uma dorna lotada até a tampa não de vinho verde, mas de tensão, muita tensão.
O jogo contra a Ponte Preta foi um retrato fiel do que foi a campanha da Lusa ao longo da prova. Um time com a posse da bola durante a maior parte do tempo, bem postado atrás e com imensas dificuldades para fazer o jogo fluir. Para complicar, Bruno Mineiro não jogou, o que fez com que a Lusa não tivesse referência. Pior que isso: sem um jogador de área para marcar, a defesa pontepretana podia adiantar sua linha, consequentemente o meio de campo também podia jogar mais à frente, deixando menos campo ainda para o time luso tentar rodar a bola.
É sabido que o futebol desta equipa da Portuguesa não tem profundidade. Assim, sem um meia com o passe qualificado para criar as hipóteses de golo, o desafogo seria pelas laterais, mas estes eram bem marcados. Sobrariam os chutes de fora da área, o que não aconteceu em momento algum do jogo, já que nenhum dos volantes que atuaram tem essa característica.
E assim foi durante boa parte do campeonato, exceto quando o avançado Bruno Mineiro funcionou bem. Ele apareceu do nada, marcando golos do nada e, do mesmo jeito, parou de fazê-los. E a queda de rendimento da equipa de Geninho deu-se com a estiagem de golos do artilheiro.
O elenco foi muito mal montado. Se no Paulista, competição na qual a Lusa foi rebaixada, Jorginho teve à disposição praticamente um time Sub-23, no Brasileiro não havia reservas para as laterais ou um meia sequer capaz de municiar os atacantes. Tanto que Moisés, que é um trinco de lado de campo, foi adaptado.
O susto passou, mas dava pra ser melhor. Tudo bem que o principal objetivo, que era se manter na elite, foi alcançado. O problema é que ficou a impressão de que, se o grupo fosse bem montado, dava pra conquistar algo maior que a simples permanência. Para 2013, haverá mais recursos para que seja montado um time coeso e equilibrado e é obrigação pensar grande. Grande como é a história e a tradição da Lusa.
Sem comentários:
Enviar um comentário