*por Humberto Pereira da Silva
Começou bem: um bom 3x1 sobre a
Croácia. A considerar o resultado, menos dificuldades do muitos esperavam. O
histórico de estreias do Brasil tem sido de resultados magros, vitórias
apertadas. Basta lembrar a mesma Croácia em 2006. Mais do que uma boa vitória,
atuações convincentes de jogadores de que também se espera muito: Neymar, Oscar
e, na defesa, Tiago Silva e David Luiz.
Mas o curioso no jogo foram as
dificuldades criadas pela Croácia. Começou ganhando e até o final pressionou a
ponto de ameaçar o empate. Então, também contrariando a norma das estreias em
geral, um bom futebol apresentado pelas duas seleções.
Sobre esse ponto, aliás, um
dado que merece atenção. As Copas recentes se ressentem de partidas fechadas,
com poucos gols, em que esquemas táticos e preocupação de não tomar gol se
impunham. Difícil dizer que uma única partida diga muita coisa. Mas uma única
partida, a primeira, sinaliza.
A sinalização talvez seja
melhor visualizada pela atual Copa dos Campeões da Europa. Ou seja, não é um
acontecimento fortuito do jogo de ontem, mas a percepção de que nos últimos anos
o futebol confronta equipes que se expõem a vencer bem ou perder de modo
inapelável. Lembro aqui como o Real Madrid venceu o Bayern em Munique e em
seguida o Atlético na final da competição europeia; e igualmente como o mesmo
Real perdeu para o Borussia Dortmund no ano passado.
Dizendo de modo direto: se o
futebol europeu servir de padrão, o que esse jogo pareceu revelar, não será
surpresa para mim o indício de partidas com boa quantidade de gols. Isso não tem
sido a norma, pelo que me lembro, desde a Copa de 90 – sob esse aspecto a mais
fraca de todas as Copas.
Bem entendido, aqui não faço
uma aposta, apenas expresso como vi a estreia do Brasil, como vi o andar da
partida num ritmo muito similar a jogos da Copa dos Campeões. Para a torcida,
que espera ver muitos gols, claro que é uma expectativa animadora. Mas também aqui,
vale dizer, o sinal de que as seleções se exporão a circunstâncias diversas e
riscos de alternâncias acachapantes.
*Humberto Pereira da Silva, 50 anos, é professor
universítário de Filosofia e Sociologia e crítico de
cultura de diversos órgãos de imprensa.
universítário de Filosofia e Sociologia e crítico de
cultura de diversos órgãos de imprensa.
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