Por Waldir Manoel do Nascimento*
Rodrygo lamenta chance desperdiçada (Kevork Djansezian/Getty Images) |
A impressão de que Dorival sentiu o peso da luta por três pontos vem da sua escalação e, especialmente, da demora em mudar o seu time diante de uma equipe jovem - o que traz a imprevisibilidade para campo - mas extremamente sem forças para atacar e assustar o gol de Alisson.
É justo que Dorival tenha o seu time e esquema preferido com dois (bons) volantes, como são Bruno Guimarães e João Gomes, e é justo que tente dar conjunto a este time e inicie uma competição com o que julga ser o melhor à sua disposição. Assim como é justo que ele entenda que Raphinha é hoje melhor para o time que Endrick ou Savinho. Mas também é justo discordar dele.
A forma como a partida diante dos costa-riquenhos se desenhou pedia um time um pouco mais solto, menos travado e abrindo mão da atenção defensiva de dois volantes. Não era nenhum absurdo ter um meio de campo com Bruno Guimarães, Andreas Pereira e Lucas Paquetá. Tanto Andreas, quanto Paquetá, reúnem condições de marcar sem a bola e dar qualidade quando a têm. São meias que já atuaram como segundos volantes, por exemplo, e que gostam de ter o jogo de frente. Podem jogar juntos, podem contribuir sem a bola com um único volante e podem, com a bola, ser muito úteis ao trio de atacantes.
Ao mesmo tempo, qual é o melhor tridente ofensivo? Vini Jr. e Rodrygo são titulares incontestáveis, e surge a dúvida sobre o terceiro nome. O imediatismo pede a entrada de Endrick, o que deslocaria Rodrygo - um falso 9 na formação inicial - para a ponta direita, onde atualmente está Raphinha, com a forte sombra de Savinho.
Para além das escolhas individuais e pensando muito mais nas características de cada jogador e no momento da seleção, meu titular hoje seria o Endrick. Por ser um centroavante, simplificaria o esquema, apesar de obrigar Rodrygo a seguir atuando pela direita, enquanto Vini Jr ocupa a ponta esquerda. Ao mesmo tempo, porém, Paquetá pode inverter essa posição com o camisa 10, jogando o atacante para perto de Endrick, por dentro e com Andreas armando o jogo, resguardado por Bruno Guimarães.
No melhor estilo nostálgico, Bruno Guimarães seria o 5; Andreas, o 8; Paquetá, o 10; Rodrygo, o 7; Endrick, o 9; e Vini Jr, o 11. Esta seria a minha formação para o confronto com o Paraguai, outra equipe que deve se fechar com os 11 atrás da linha da bola, na expectativa de encontrar, em um lance, a chance de marcar e se segurar ainda mais.
Pensando em classificação - e consequentemente na continuidade do trabalho do treinador -, a vitória é fundamental!
*Cosplay do maior trio de jogadores brasileiros de toda a história.
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