quinta-feira, 27 de junho de 2024

Pílulas amadoras - 18

*Por Humberto Pereira da Silva



Uma cousa que eu realmente hoje não discuto no futebol: marcação ou não de pênalti e uso do VAR para uma decisão dessa natureza. 

Quando não havia o árbitro de vídeo e bem menos câmaras eram usadas, a dúvida gerava toda discussão e o folclore do futebol. Reza a lenda que a bola não entrou no gol da Inglaterra em 66. Hoje a tecnologia diria se foi ou não gol. E não foi.

Hoje, com a VAR, certas coisas eu realmente não entendo. O juiz suíço não "viu" pênalti em CR7 e também não viu a favor da Geórgia. O VAR suíço entrou em ação numa situação e em outra, não.

Sem maldade, e sem conhecida ignorância de jogador de futebol, já ouvi jogador não entender os "critérios" na marcação de pênalti: bola na mão, mão na bola... e tudo fica assim: no bar o garçom pergunta que cerveja eu quero, eu paro, penso pergunto o que tem e digo o que quero... mas poderia querer... e na verdade em momento algum fui para o bar pra tomar Antártica, Brahma.

Com o VAR assim é a marcação de um pênalti. O do Gentile, que rasgou a camisa do Zico em 82, faz parte do folclore, da lenda. Como o do Nilton Santos em 62. Se o VAR ontem num lance solicitou revisão e n'outro não, e se eu não entendo atuação da máfia, do crime organizado, ou da contravenção, acho insulto à minha inteligência discutir razões de marcação numa situação e não n'outra. 

Bem entendido, como ocorreria antes sem o VAR, não duas situações o juíz não teve CORAGEM pra assumir decisão e indicar a marca do cal. 

Como não tenho qualquer elemento pra suspeitar de atuação do crime organizado na Euro, que haja maquinação contra Portugal (!) e não li regulamentos e regras no papel e assim acredito em bruxas, não sei se por LEI quando o VAR pede revisão, o apitador não pode não ir ver o lance como não pode iniciar um jogo sem apitar o início, como apita o fim, com apita uma falta.

Se o juiz pode não rever um lance solicitado pelo VAR, ele não tem dúvida alguma do que viu e interpretou e tem absoluta convicção da decisão, sou levado a especular sobre excentricidades humanas. Não maldade, mas excentricidade, esquisitice. Eu, de repente, não gosto de quem usa rabo de cavalo ou quem pinta o cabelo, usa brinco... sei lá... Daniel Passarela passou a não gostar de cabeludo depois que parou de jogar.

Sendo assim, também tenho "direito" a esquisitice, desconfiança. A suspeitar, meio que teoria conspiratória, que decisões de juízes envolvem caprichos, coisas como NÃO GOSTO DE UM JOGADOR CHAMADO CRISTIANO RONALDO. E olha que, quando Portugal massacrou a Suiça ns oitavos-de-final da última Copa do Mundo, Cristiano entrou em campo com a goleada já construída.

Viagem minha? Acho que certos árbitros podem não gostar de certos jogadores e levar suas antipatias para dentro do relvado. Como Passarela não gostava de cabeludos... o que gira em torno de CR7 pode muito bem para mim afetar decisões num jogo de futebol.

Sinceramente, é o que para mim pareceu. Alguma coisa estranha, além do pênalti, na relação CR7 e juíz suíço. Eu vi o jogo. O lance do pênalti não foi isolado. Houve outros, digamos, atritos de marcação e ao seu estilo depois de receber o cartão, como também já fez em outra ocasião, CR7 "abandonou" o jogo.

A gesticulação dele, a saída de campo ao fim do primeiro tempo e depois sendo substituído, foram bem filmadas pelas centenas de câmeras hoje. 

*Humberto Pereira da Silva é professor de Ética em Jornalismo

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