Com o fim da Taça Libertadores, vencida pelo Corinthians, e da Eurocopa, cujo título de campeão a Espanha revalidou, a bola da vez da imprensa esportiva é o meia Paulo Henrique Ganso, por ora vestindo a camisa 10 do Santos.
Ganso chegou à Vila Belmiro pelas mãos de Giovanni, meia que foi ídolo do clube nos anos 1990, e virou, ao lado de Neymar, o astro da última safra dos Meninos da Vila. Pelo Peixe foi tri-campeão paulista, campeão da Copa do Brasil e da Libertadores da América, o suficiente para escrever seu nome na rica história do time da vila famosa.
Engraçado como se joga tudo fora em questão de dias. Antes idolatrado pela torcida peixeira e admirado pelas demais, ele resolveu meter o pé no balde que encheu. Ganso não quer mais jogar no Santos. Os adeptos do Alvinegro Praiano não querem vê-lo nem pintado de ouro, quanto mais vestindo o azul-bebê ou a lendária camisola branca do clube, e os rivais o tacham de mercenário.
Ele tem um longo contrato a ser cumprido e sabia das cláusulas quando o assinou. Inclusive, o tempo de duração determina o valor da rescisão, que é calculado também pelo salário. Mas a boleirada não respeita o contrato, o clube ou o torcedor.
O monstrengo que convencionou-se chamar de Lei Pelé tornou o clube, célula-máter do futebol, em refém de agentes e empresários, que viraram, na prática, proprietários dos jogadores. Se o atleta quiser rumar para um lugar qualquer, basta forçar a saída, seja deixando cair o rendimento, entrando em armações da imprensa ou se negando a defender o clube. Se não conseguir, é só entrar na justiça alegando ser cerceado no direito de trabalhar. Fácil, prático e extremamente imoral.
Houve um tempo em que o fio de bigode bastava. Hoje, nem o contrato é suficiente. Este, que era garantia para as duas partes envolvidas, agora é formalidade para que o jogador seja inscrito nas competições. E ele irá defender as cores do clube até que surja o interesse de outro, cuja "grandeza" é bancada pelo dinheiro despejado por algum investidor ou pelas emissora de TV.
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